Gerir um haras envolve olhar cada detalhe. Ao longo dos anos, presenciei muitas situações em que um simples descuido na pastagem comprometeu toda a saúde dos cavalos e a tranquilidade do dia a dia. Se tem algo que aprendi, é que pasto ruim gera dor de cabeça constante. Errar no manejo de pastagem significa perder ganhos na produção, na saúde animal e, claro, deixar dinheiro na mesa.
Pequenas atitudes diárias somadas à organização do pasto fazem diferença. E é justamente aí que ferramentas modernas, como a Seu haras, cabem na rotina: lembrar o criador da hora certa para cada tarefa, orientar com dicas e permitir que o controle não se perca na correria. Falo isso não só como quem observa, mas como quem já viu - e ajudou a consertar - muitos problemas no campo.

Por que o manejo de pastagens é desafio para haras?
É fácil acreditar que basta soltar o cavalo no pasto e esperar que a natureza faça o resto. Só que isso traz uma falsa sensação de tranquilidade. O pasto é o alimento básico dos cavalos e também a principal fonte de bem-estar deles. Descuidar do manejo prejudica desde o peso dos animais até a fertilidade do solo.
- Cavalos exigem mais qualidade e menos volume no pasto do que muitos outros animais
- A degradação do solo não só prejudica o alimento, como também o valor da propriedade
- Quando o capim está ruim, as doenças e parasitas agradecem
O impressionante é que, segundo estudo do Instituto de Zootecnia, áreas de pastagem degradada perdem até 21% do estoque de carbono no solo comparado à mata nativa. Não é só questão de capim... é meio ambiente e futuro do campo.
Os principais nove erros que vejo no manejo de pastagens
Decidi listar, com base no que vivenciei e no que vejo todos os dias em haras de diferentes portes, os erros mais comuns - e perigosos - do manejo do pasto para cavalos. Não são teorias. São fatos corriqueiros. Às vezes até óbvios, mas facilmente negligenciados.
1. Superlotação do pasto
Talvez o erro mais cometido - e aquele que costuma começar pequeno. A vontade de ter mais animais, ou fazer “render” um pedaço do haras, acaba por colocar muitos cavalos num espaço reduzido. Isso desgasta a vegetação rapidamente, favorecendo erosão e compactação do solo. Pasto sobrecarregado não dá tempo de se recuperar e vira um ciclo de degradação.
2. Falta de rotação das áreas
Deixar animais sempre na mesma área é convite para o surgimento de ervas-de-passarinho, solo pelado e forrageiras fracas. Separei áreas rotativas no haras melhora a qualidade do capim e diminui as perdas por pisoteio.
- Blocos separados preservam o solo
- A rotação otimiza a recuperação natural do capim
Estudos publicados na Revista Brasileira de Biociências reforçam a importância do equilíbrio entre uso e descanso das áreas para manter a biodiversidade.
3. Altura do pasto inadequada
Já acompanhei casos em que cavalos só tinham capim já raso, próximo do chão. O resultado é perda de palatabilidade, surgimento de pragas e forrageiras de baixa qualidade. Por outro lado, deixar crescer demais dificulta o acesso dos animais e causa acúmulo de massa morta. Segundo pesquisadores da Epagri, a altura do pasto é o melhor indicador para programar o manejo e aumentar a eficiência, tanto para gado quanto para cavalos (veja o estudo aqui).
4. Falta de correção e adubação do solo
Muitos criadores ignoram a análise do solo, confiando na “experiência”. O solo empobrece, surge o pasto fraco e a invasão de plantas indesejadas. Um pasto sem nutrientes não se sustenta. Fazer a correção e adubação periódica não é só investimento, é retorno garantido em boa forragem - e cavalos mais saudáveis.
5. Ausência de controle de plantas invasoras
Se tem algo que acontece rápido é a invasão de plantas daninhas. Cavalos rejeitam o consumo dessas plantas, que acabam dominando áreas antes produtivas.
Quem descuida hoje perde área de pasto amanhã.
O controle, seja manual, mecânico ou químico, não pode ser postergado.
6. Manejo inadequado da irrigação
Poucos haras investem na irrigação planejada. Em períodos de seca, os cavalos sofrem com déficit hídrico, e o pasto perde vigor. Por outro lado, irrigação descontrolada leva à erosão e proliferação de fungos. O segredo está na moderação.
7. Falta de sombreamento natural
Cavalos precisam de sombra para manter o conforto térmico e evitar problemas de saúde, especialmente nos meses quentes. Nos locais que já conheci sem árvores ou proteção, sempre vi gado estressado e sinais de desidratação. O ideal é planejar o haras com áreas de árvores bem distribuídas ou sombrites quando não há opção natural.

8. Não registrar tarefas e histórico de manejo
Talvez menos óbvio, mas igualmente nocivo. Em muitos haras, não existe registro claro do que foi feito, quando foi adubado, irrigado ou realizada a rotação. Eu já perdi a conta de quantas vezes ouvi: “Não lembro quando apliquei calcário”. Por isso, recomendo o uso de ferramentas como a Seu haras – que organiza informações e envia lembretes para você não se perder na rotina. Isso faz toda a diferença, principalmente em propriedades maiores.
9. Desconsiderar a necessidade dos cavalos
Nenhum haras é igual ao outro. Cada criação tem sua realidade, seu clima, solo e quantidade de animais. Adotar fórmulas prontas normalmente leva a deficiência nutricional ou exagero, além de subaproveitar o potencial do terreno. O manejo precisa ser ajustado – e revisado – de tempos em tempos.
Consequências do erro: perdas econômicas e ambientais
Não é exagero dizer que o manejo ruim traz perdas concretas. Pesquisas da Epamig mostram que pastagens degradadas produzem cerca de 2 arrobas de carne por hectare ao ano, enquanto pastos manejados chegam a 16 arrobas. Isso também vale, em parte, para produção de leite, tração e desempenho dos cavalos.
Além disso, conforme a Embrapa enfatiza, práticas inadequadas de manejo dissipam carbono do solo, aumentam custos de recuperação e reduzem a capacidade produtiva para o futuro. A médio prazo, o prejuízo chega no bolso e prejudica a sustentabilidade do negócio.
O passado do seu haras depende das escolhas feitas no campo hoje.
Como corrigir os principais erros de manejo de pastagens?
Bons resultados começam com o hábito de observar, anotar e agir rápido. Se a rotina do haras permite registros e acompanhamento, já existe um grande passo para evitar surpresas. Na minha percepção, o segredo está em:
- Estabelecer um cronograma simples de tarefas, considerando sua realidade
- Observar a altura e condições do pasto semanalmente
- Aplicar adubação e correção, mediante análise de solo
- Rotacionar as áreas sempre que possível
- Registrar tudo, nem que seja de forma digital, com o auxílio de soluções como a Seu haras
Maior controle reduz imprevistos. Quando o criador conhece de verdade seu pasto, não tem mistério: até parasitas e doenças aparecem menos. Com o uso de lembretes e registros, tudo flui para a saúde animal e o bem-estar de quem trabalha no haras.
Considerações finais
Meu objetivo aqui foi mostrar, de forma real, os nove erros que prejudicam a rotina e os resultados de quem lida com cavalos e pastagens. Sei que nem tudo é simples de mudar de um dia para o outro, mas com atenção, planejamento e ferramentas modernas, como a Seu haras, é possível transformar o manejo do pasto e trazer mais tranquilidade para o dia a dia no campo.
Se você quer mais organização e resultados melhores no seu haras, aproveite para conhecer a Seu haras e veja como a tecnologia pode simplificar o que antes era complicado. O próximo passo é seu.
Perguntas frequentes sobre manejo de pastagens em haras
O que é manejo de pastagens?
Manejo de pastagens é o conjunto de práticas voltadas para manter o pasto saudável, produtivo e sustentável para os animais. Isso inclui rotação de áreas, controle de plantas invasoras, adubação, correção do solo e monitoramento constante. O objetivo é garantir alimento de qualidade para os cavalos e preservar o potencial produtivo do solo.
Como evitar erros no manejo de pasto?
Na minha experiência, os erros são evitados quando o criador observa de perto o desenvolvimento do pasto, faz registros e segue um plano. Utilizar ferramentas digitais - como a Seu haras - ajuda a lembrar tarefas e evitar esquecimentos. O principal é: não deixar para amanhã o que pode fazer hoje. Ter rotina, acompanhar a altura e estado do pasto, adubar quando necessário e controlar as invasoras fazem diferença.
Quais são os principais erros em pastagens?
Os principais erros são: superlotação, falta de rotação, ausência de registro das práticas, não corrigir o solo, negligenciar irrigação e deixar de controlar plantas invasoras. Descuidos aparentemente pequenos se tornam grandes com o tempo e geram prejuízos difíceis de reverter.
Como melhorar a qualidade da pastagem?
Sempre recomendo começar por uma análise do solo. Corrigindo deficiências e adubando adequadamente, já se percebe diferença rápida. Rotacionar áreas, podar regularmente e controlar invasoras também são práticas que elevam a qualidade. Registrar tudo e usar tecnologia facilita identificar onde ajustar e agir com agilidade.
Por que a pastagem ruim prejudica o haras?
Pastagem ruim significa menos alimento, mais doenças, aumento de custos e queda de desempenho dos cavalos. Um haras com pasto degradado tem mais parasitas, menor ganho de peso e riscos de erosão, além de dificultar a sustentabilidade a longo prazo. O solo empobrecido também tira o valor do próprio patrimônio.